sábado, 3 de outubro de 2009

Mãe de desenho... cartoon mommies?!?


Foto de minha avó com sua primeira filha

Ok. Refleti muito sobre os ensinamentos de Mestre Tzen sobre educação infantil e sobre o modo como nós, adultos, nos movemos nesse terreno e concluí que não tenho - todas - as respostas e - muito menos - o controle sobre as variáveis que podem influenciar no futuro das crianças (note que a droga da educação dos anos 80 condicionou-me a buscar sempre uma resposta certa... ou melhor, a única resposta certa...e era esse tipo de configuração mental que eu pretendia evitar em minhas crianças... pois, quanto a mim mesma, não há esperança: já estou fadada a seguir buscando gabaritos...).


De qualquer maneira, a única resposta que encontrei em minha busca foi a seguinte: eu não sou uma mãe de desenho animado (daquelas que nunca perdem a paciência - nunca, nunca! - e que sempre têm a coisa certa pra falar na ponta da língua, não importa o que esteja acontecendo)! Dã!


Aliás, hoje eu já sei que até mesmo minha própria mãe não é - e nunca foi - uma mãe de desenho animado (detalhe: ela ainda não se conforma com o nome e a aparência deste blog, o que, pra minha sorte, a fez desistir de lê-lo: "Pálida? Por quê pálida? E o fundo da tela tinha de ser preto? Quanta morbidez!"Ela me conhece).


Mais: minha mãe não saberia ser uma mãe de desenho animado porque a mãe dela também não é uma dessas figuras fictícias criadas apenas para confundir as crianças (que devem pensar, ao vê-las:"minha mãe não faz assim nem...") e para servir de exemplo doutrinador para nós outras, absolutamente falíveis...


Eu, minha mãe, minha avó... Apesar de tantos e diversos equívocos que cometemos aqui e ali, não somos umas mães piores que as outras... Cada uma de nós é o espelho de como sua geração enfrentou suas responsabilidades como mães... E de como, imperfeitas, somos universos mais interessantes que as previsíveis mães-de-cartoon.


Assim, quanto à escolha da escola, vou pelo método educação pela arte, no qual as crianças aprenderão pelo método construtivista, mas a partir de referências artísticas.


Claro que, consultado, Mestre Tzen disse que não tem mais idade para se deslumbrar com esse tipo de coisa e que, portanto, acha que isso de arte-educação (além do papo sobre o método construtivista) é para impressionar os pais, apenas. Ele não acredita que a apresentação de obras de arte consagradas (Mozart, Pixinguinha, Noel Rosa, Picasso, Portinari etc) para as crianças tenha nelas um impacto educacional diferente do que causaria nelas o som do 'mangue-beat' ou a imagem da Pucca ou do Cocóricó. Aliás, ele até acha que esse tipo de arte da proposta educacional tem efeito apenas de cultura de almanaque e, até, que chegaria mesmo a ser prejudicial aos pequenos, por impor a eles um senso estético antigo, por meio de linguagens antigas (ele perguntou: por quê pinturas de séculos passados e não fotos?)...


Nesse ponto, discordo dele (embora eu concorde que a idéia possa parecer apelativa), pois acho que, por meio da arte-educação, as crianças terão a oportunidade de apurar o olhar sobre si mesmas e sobre o mundo que as rodeia, afinal de contas, a Pucca já faz parte do cotidiano deles. No mínimo, talvez essa arte-educação crie nelas um senso estético que as impeça de se conformarem com nossa cultura de 'puxadinhos'. É isso que eu espero. E acho que uma mãe-de-desenho-animado talvez concordasse comigo.


Mas, pra finalizar definitivamente a prosa, o Mestre Tzen disse que, para ele, a solução dessa equação educacional era simples assim: se, na escola escolhida, houver ótimas professoras ensinado às crianças (qualquer que seja o método adotado), elas terão acesso a um ensino de qualidade mas, por outro lado, se as professoras forem medíocres, não haverá teoria educacional capaz de salvar esses alunos da miséria intelectual.


Uma mãe-de-desenho-animado, certamente, concordaria com ele, diretamente de lá do Canadá.


Quem sou eu

Minha foto
Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil