sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O fantasma da dengue

Nesta sexta-feira 13, lembro-me de uma maldição real, que nos assombrou até junho: a dengue.

Em 2010, a cidade de Ribeirão Preto foi, vergonhosamente, palco de uma epidemia de dengue em que milhares de pessoas ficaram doentes (fala-se em algo perto de trinta mil casos! 30.000!).

Meu pai, que teve dengue há dois anos (quando nem se tratava de uma epidemia tão grave quanto a de 2010) foi a única pessoa que via com algum otimismo o aumento no número dos casos, repetindo, a cada notícia:

"Agora tem mais um pra ajudar a combater o mosquito."

O número de casos só veio a dimunuir em julho, mas,para mim, isso não ocorreu por mérito dos ribeirãopretanos: o número de casos de dengue diminuiu apenas porque parou de chover (claro, pois nosso inverno consiste, principalmente, em um período de seca acentuada).

Porém, para minha surpresa, a cidade está aproveitando o período de estiagem para combater os focos do mosquito (sim, queridos, os ovos do aedes aegypti duram até um ano na secura, quando já estão com o embrião formado, e eclodem assim que a água os atinge - e daí em diante, sabe-se, é só tragédia).

Viva! A cidade acordou! A Divisão de Controle de Vetores está realizando o que chamou de 'arrastões' contra a dengue. Embora a linguagem não seja das mais simpáticas (pois remete aos arrastões promovidos pela bandidagem em praias cariocas), o objetivo é dos mais importantes para a saúde pública daqui.

Meu pai, decerto, tinha mesmo razão.



On Friday 13th, I'll remember a real curse that has haunted us until June: dengue.


In 2010, the city of Ribeirão Preto was, shamefully, the scene of a dengue epidemic in which thousands of people became ill (something close to thirty thousand cases! 30,000!).

My father, who had dengue fever a couple of years ago (when it was not an epidemic as severe as the 2010's one), was the only person who saw with some optimism the increase in the number of cases, repeating:

"Each one that gets ill is one more person to help combatting the mosquito."

The number of cases only decreased in July, but for me it did not happen by merit of Ribeirão Preto citizens: the number of dengue cases has fallen only because it stopped raining (of course, because our winter is, especially,a period of severe drought, rather than a period of low temperature).


But to my surprise, the city is taking advantage of the dry season to combat outbreaks of the mosquito (yes, dear, the eggs of Aedes aegypti last up to one year in dryness, when the embryo is already formed, and so the hatch water reaches them - and from then on, you know, it's only tragedy).


Viva! The City woke up! The Division of Vector Control is conducting a joint against dengue. Although the language - in portuguese - is not the nicest (it remembers us the trawlers promoted by banditry on Rio de Janeiro beaches), the goal is really important.



My father was certainly right about it.

Quem sou eu

Minha foto
Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil