Vista de Puno (Peru), a partir do lago Titicaca - ano 2000
Em Copacabana, embarcamos num ônibus para Puno (Peru), de onde alcançaríamos as ilhas flutuantes (Islas Flotantes).
Quando chegamos à fronteira Peru/Bolívia, o ônibus parou e todos tivemos de descer no lado Boliviano, atravessar a fronteira a pé, com passaportes nas mãos, entrar na pequena sala da alfândega onde a autoridade de plantão carimbou o documento e fez a gentileza de nos deixar entrar no país, o que fizemos caminhando até o ônibus que já nos esperava no lado peruano.
Depois disso, seguimos viagem até Puno, que descobrimos ser uma cidade de aspecto desagradável e sujo, na qual não esperávamos passar mais que as horas suficientes para visitar as ilhas artificiais do Lago Titicaca.
Puno parecia-nos, em tudo, oposta à Copacabana e nos pareceu bem difícil escolher um local confiável para fazer uma refeição. Acho que Puno foi o único local em que todos concordamos com nossa amiga chinesa de que a macarronada com molho ao sugo era o prato mais seguro (ela vinha se alimentando exclusivamente dessa comida desde que descemos do avião em La Paz, mas os outros de nós vínhamos arriscando comer carnes, batatas etc; e, cá entre nós, ela foi a única que não passou mal durante nossa expedição).
Depois de comer, buscamos um guia que nos levasse às ilhas de Uros, que flutuavam absurdamente sobre a água, pois eram feitas de camadas sobrepostas de totora, um tipo de planta nativa do Titicaca, pra mim, parecida com um capim aquático.
Pegamos um pequeno barco a motor e navegamos até avistar as pequenas ilhas de Uros. Delas, vimos sairem vários barcos amarelados feitos de totora, que pareciam os que eu já havia visto no documentário Kon Tiki (que é o nome do barco usado por Thor Heyerdahl em 1947 para uma viagem pelo Pacífico, partindo do Peru, para provar a tese de que os povos sul americanos do Peru pré-Inca teriam navegado até a polinésia).
Nosso barco deixou-nos na maior das ilhas flutuantes, na qual havia muitas casas, todas feitas daquele tipo de palha, e sobre a qual tínhamos de caminhar meio cambaleantes, pois o chão oscilava o tempo todo sob os nossos pés.
Mas que lugar incrível! Deslumbrados, mal podíamos acreditar no que víamos: pessoas cozinhando em fogões a céu aberto, outras, vendendo artesanato de uma cerâmica muito linda… havia até, numa das casas, um estranho museu de bichos empalhados.
Depois desse passeio, voltamos para Puno, cuja primeira má impressão acabou sendo amainada pela visão impressionante das Ilhas de Uros.
Em seguida, fizemos uma longa viagem noturna de ônibus de Puno para Cuzco.
… continua na próxima sexta-feira…
Ilhas Uros no Titicaca - Peru - ano 2000
Ilhas Uros e barcos de totora - Peru - ano 2000
Ilhas Uros e barcos no Titicaca - Peru - ano 2000
Ilhas Uros - artesanato- ano 2000
Retorno a Puno- Peru - ano 2000
We took a bus in Copacabana to Puno (Peru), from where we would be able to reach the floating Islands of Uros (Islas Flotante).
When we got to the Peru / Bolivia border, the bus stopped at the Bolivian side and we had to walk, holding our passports, until we enter the small room where the customs officer stamped the document and let us enter the country, what we’ve made walking to the bus that was waiting for us on the Peruvian side.
From there we traveled to Puno, an unpleasant and dirty town, in which we did not expect to spend more than a few hours – enough time to visit the artificial islands of Lake Titicaca.
Puno seemed to us, in everything, opposed to Copacabana and it was very difficult to choose a reliable place for a meal. I think Puno was the only place where we all agree with our Chinese friend that said that the pasta with tomatoes sauce was the safest dish ever (she had been eating exclusively that food since we left the plane in La Paz, but all the others at our expedition had been, so far, eating something else, like meat, potatoes, etc - well, I must say that she was the only member of our expedition who did not get sick).
After that meal, we found a guide who took us to the islands of the Uros, absurdly floating on water, because it is made of layers of totora, a native plant of Titicaca – which, to me, looked like some kind of aquatic grass.
We boarded on a small boat and sail for a while before we see the small islands of Uros. We saw, around the islands, several boats made of yellow reed, very similar to the one I’d seen in the documentary Kon Tiki (which is the name of the raft used by Thor Heyerdahl in 1947 at his expedition across the Pacific, from Peru to prove his thesis that the people from pre-Inca South American -would have sailed to the Polynesian islands).
Our boat took us to the larger floating island, over which were many houses, all made of that kind of straw, totora, where we staggered, as the floor moved under our feet.
What a wonderful place! Amazed, we could hardly believe in our eyes: some people cooking in outdoor kitchens, others selling crafts made by a pretty ceramic... and also there was an odd museum of stuffed animals inside one of the houses.
After that, we’ve returned to Puno and that first bad impression had already been diminished by the impressive sight of Uros Islands.
From Puno, we made a night journey to Cuzco, by bus.
... continue next friday...