domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chitas, chirimoyas, o amor e o presidente

Vista do quarto do hotel Radisson Miraflores - 2010

O terceiro dia em Lima estava mais iluminado que os anteriores; quase saiu um sol naquela manhã de terça-feira.

Nesse dia, especialmente iluminado, nosso roteiro era o bairro San Isidro.

Saímos do hotel em Miraflores e caminhamos na direção da orla norte, ziguezagueando entre as ruas Madrid, Roma, Francia e seus simpáticos quarteirões residenciais até chegar ao malecón, que era uma praça toda linda em cujo centro havia um farol branco e preto e da qual se avistava um tênis clube com suas quadras na beira do barranco. Nessa praça, como nas que víramos de Barranco até ali, tudo era muito organizado, os cachorros andavam presos por coleiras – em obediência às placas que advertiam seus proprietários das possíveis multas caso deixassem seus bichos correrem soltos -, as crianças brincavam em um colorido parquinho de plástico, muito bem feito, e os casais namoravam no gramado exuberante.

Foi então que percebi o quanto Lima era uma cidade amigável para as crianças: excelentes parquinhos públicos, calçadas bem feitas, extensos jardins e vários restaurantes com playground (inclusive no Larcomar). Sim, fiquei impressionada com isso, coisas de mãe, fazer o quê?

Em Ribeirão Preto, é um custo encontrar um parquinho decente (sem videogame) para os pequenos – e os adultos, claro - se distraírem nos restaurantes; por isso, a pizzaria que mais freqüentávamos na cidade era uma que entretinha as crianças com um palhaço e suas marionetes; quando ela deixou de oferecer essa distração, percebemos o quanto a pizza era fraquinha e a abandonamos.

Contentes pelas crianças limenhas, seguimos caminhando até chegarmos ao Ovalo (rotatória) Gutierrez, uma rotatória bem interessante, na qual havia uma igreja (Paroquia Santa Maria Reina), um supermercado (Wong), um shopping de cinemas (Cine Planet, no qual há uma livraria) e vários restaurantes!

Mas, como nosso alvo para o almoço era o restaurante TANTA, que fica na av. Pancho Hierro 117, em San Isidro, pegamos um táxi no Ovalo (!!!) e atravessamos lindas ruas arborizadas com oliveiras (Olivares). O restaurante fica em frente uma chifa (restaurante chinês) bem simples e movimentado, e contrasta com este por ser bem sofisticado, com grandes paredes de vidro voltadas para a rua; mas, apesar disso, o ambiente é bem descontraído, tanto que possui um balcão em que se pode ter uma amostra de cada um dos pratos que a casa oferece (e que vão desde tortas salgadas até pratos do dia). Eu comi um delicioso ‘aji de galinha’, que bem parece um estrogonofe de frango, mas com molho tipo mostarda.

Depois do almoço, pegamos o caminho de volta, pela Avenida Conquistadores que tinha lojas caras e interessantes, como a Oscar Freire em São Paulo. De volta ao Ovalo Gutierrez, entramos no Wong, compramos uma água e um pacote de sementes de cacau cobertas com chocolate escuro! Claro, caminhar tanto tinha dado fome de novo; além disso, num país diferente, até uma visita ao supermercado pode ser uma aventura, com todas aquelas coisas diferentes - ou coisas iguais com nomes diferentes - como frutas ('chirimoya'), peixes ('chita', como no prato do Cala), doces...

Dali seguimos pela avenida Comandante Espinar até a Avenida Pardo e, dali, chegamos à Diagonal, onde há uma linda praça com uma grande feira de artesanato e vários cafés e restaurantes pra turistas (daqueles de abordagem ostensiva e chata). Fugimos dali pela Larco e nos refugiamos no Larcomar, onde tomamos um café no Havana, já quase no fim do dia.

Do Larcomar, vimos que o sol estava raiando sobre o mar, iluminando-o de um jeito que o restaurante La Rosa Náutica parecia um navio zarpando. Então, corremos para ver o pôr do sol mais romântico da cidade: no PARQUE DEL AMOR, um simpático teatro de arena no centro do qual se beija um casal de namorados gigante emoldurado por muretas de mosaicos com frases românticas... ai, ai, depois de assistir o mergulho do sol no Pacífico sul nesse clima meio brega, o dia só poderia terminar no tradicional LA ROSA NAUTICA mesmo.

Pegamos um táxi para chegar ao restaurante e só então avistamos, no caminho, as placas sobre TSUNAMIS! Credo! São placas indicando as passagens pelas quais se pode fugir da beira d’água, alcançando a cidade no barranco acima! E justo nessa noite iríamos jantar no único restaurante – que vimos – que ficava sobre o mar, apoiado num quebra-mar.

Confesso que eu fiquei um tanto temerosa, apesar de o taxista nos garantir que da última vez que o mar recuou (sinal clássico de tsunami) pra além do restaurante (fato que tinha ocorrido alguns meses antes), não houve nada além de uma grande ressaca do mar (nada de ondas gigantes engolindo tudo pela frente).

Atravessamos o longo deck de madeira e chegamos Rosa Náutica. Como não tínhamos reserva, não conseguimos nos sentar em uma das mesas que ficam ao lado dos janelões de vidro (e sobre as ondas). Assim, eu não pude me concentrar em analisar o movimento do mar para identificar precocemente um sinal de tsunami e, enfim, acabei me distraindo com o delicioso peixe que me trouxeram.

Mestre Tzen seguia atento à movimentação ao nosso redor (não para identificar tsunamis, com certeza, pois ele não é dado a essas neuroses) e foi assim que reconheceu, numa das mesas ao lado do janelão de vidro o ALEJANDRO TOLEDO, ex-presidente peruano (2001-2006) e candidato de novo ao cargo, nas eleições que acontecerão neste ano de 2011 e na qual ele enfrenta, entre outros candidatos, Ollanta Humala e a filha do Fujimori.

Veja só: não fosse pelo taxista que, no nosso primeiro dia na cidade, frustrou nossa visita ao Rosa Náutica, levando-nos ao Cala, não teríamos tido esse breve encontro com Toledo. E, por certo, tampouco teríamos conhecido o Cala.




Vista sul, a prtir da praça do farol - Miraflores - 2010


Vista sul, a prtir da praça do farol - Miraflores - 2010


Tenis clube, visto ao norte da praça do farol - Miraflores - 2010




Praça do farol - Miraflores - 2010


Praça do farol - Miraflores - 2010



Praça do farol - Miraflores - 2010

Interior do Wong supermercado, Ovalo Guitierrez - Lima - 2010


Frutas no Wong supermercado, Ovalo Guitierrez - Lima - 2010


Wong supermercado, Ovalo Guitierrez - Lima - 2010


 
Havana - Larcomar - Lima 2010


Vista norte da Praça do Amor - Lima 2010

Praça do Amor - Lima 2010



Praça do Amor - Lima 2010



Praça do Amor - Lima 2010


Praça do Amor - Lima 2010


Por do sol a partir da praça do Amor - Lima 2010




La Rosa Nautica - Lima 2010


Alejandro Toledo - 2010

Placas sobre tsunami - Lima - 2010



Our third day in Lima was brighter than the previous days, as the sun almost came out that morning.

On that day, especially enlightened, we would visit the San Isidro district.

So, we've left Radisson hotel and walked toward the north shore, zigzagging between the streets of Miraflores - Madrid, Rome, Francia - and its friendly residential blocks until we reach the malecón, that was a beautiful square in whose center was a black and white lighthouse. From that square we could see a tennis club right on the edge of the ravine; everything was very organized there, and people walked their dogs by leashes attached - in obedience to the signs that warned of possible punishments to owners that let their pets run loose -, the children had fun in a colorful playground of plastic, and couples in love rested on the grass.

Then that I’ve realized how much Lima is a children friendly city: excellent public playgrounds and sidewalks, wonderfull gardens all over it and several restaurants with playgrounds (including in Larcomar). Yes, as a mother, I was impressed with this, so what? In Ribeirao Preto city, it’s so hard to find a decent playground (without videogames) to distract the little ones - and adults too - in restaurants, that my family just used to go to a pizzeria that entertained children with an artist with puppets; when the place no longer offered this attraction, we realized how bad the pizza was and never came back.

Pleased by the children of Lima, we keep walking through Miraflores until we reach the Ovalo (roundabout) Gutierrez, a very interesting spot, with a church (Santa Maria Reina Parish), a supermarket (Wong), a mall of cinemas (Cine Planet, where is also a bookstore) and many restaurants!

But, as our target for lunch was the restaurant was TANTA, located in Av. Pancho Hierro 117, San Isidro, we’ve took a taxi and crossed streets with beautiful olive trees (Olivares). The restaurant is in front of a simple and crowded chifa (a Chinese restaurant) and contrasts with this to be quite sophisticated, with large glass windows facing the street, but nevertheless, the atmosphere in TANTA is very cool, so there was a counter where one could see a sample of every offered by the house. I ate a delicious "chicken aji “,that looks like a chicken strogonoff, but with some kind of mustard sauce.

After lunch, we took our way back to Miraflores through Conquistadores avenue, whose shops looks like the ones from Oscar Freire street in Sao Paulo.

Back to the Ovalo Gutierrez, we entered the Wong supermarket, bought a glass of water and a packet of cacao nibs covered with dark chocolate! All that walking let us hunger again; besides, in a foreign country, even a supermarket is an adventure, with all that new things - or diferent names for the same things - as its fruits (as 'chirimoya') and fishes (as the 'chita' of Cala's dish) and sweets...

From there we’ve follow the Comandante Espinar Avenue, and then Pardo Avenue, and from there the Diagonal Avenue, where there is a big and lovely square with a large craft fair and many cafes and restaurants for tourists (with an annoying approach). We escaped by Larco and took refuge in Larcomar; where, in the end of the day we had a nice coffee in Havana, where we stayed until we saw that the sun was shinning over the sea, illuminating it in a way that the restaurant La Rosa Nautica seemed to be a ship about to sail.

So we runned away from Havana to see the most romantic sunset of the city: at the Parque del Amor, a nice square in which center is a giant cople kissing framed by low walls tiled with romantic phrases ... oh, oh, after watching such sunset in the South Pacific, we could only finish the day at the traditional LA ROSA NAUTICA restaurant.

At night, we took a cab to the restaurant and we saw along the way the signs about TSUNAMI! Yikes! Those were signs indicating the passages through which one could escape from the big wave reaching the city above! That evening we would dine at the only restaurant – at least, the only one we saw - which was right above the sea, on a breakwater.

I confess that I was somewhat fearful, although the taxi driver said that the last time the sea receded (a classic sign of a tsunami), a few months ago, there were no giant waves engulfing everything in its path.

We crossed the long wooden deck to Rosa Nautica. As we had no reservation at the restaurant, we could not sit in one of the tables that are next to the glass windows (right on top of the waves). So I could stop thinking about the movement of the sea in order to identify early signs of a tsunami, and I ended up focusing on the delicious fish I’d chosen.

Master Tzen kept paing attention to the movement around us (not to identify tsunami, for sure, because he is not given to such neuroses) and he recognized, at one of the tables next to a big glass window, ALEJANDRO TOLEDO, former Peruvian President (2001-2006) and now candidate for the elections that will happen this year, 2011 (in which he faces, among other candidates, Ollanta Humala and Fujimori's daughter).

Well, due to the taxi driver who, on our first day in city, prevented us from visiting Rosa Nautica to lead us to Cala restaurant, we would not have had that brief encounter with Toledo. And, of course, have not known Cala.







































Quem sou eu

Minha foto
Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil