domingo, 20 de janeiro de 2013

Alcaçuz Amadeirado de Anis e Silva.




Por sugestão de Mestre Tzen, entrei em um curso sobre vinhos. Lá, é possível degustar uns quatro tipos diferentes de vinho, enquanto ouvimos explicações sobre sua região, uva, guarda etc etc.

Ele deve ter percebido minha falta de jeito para o palavrório todo usado para a identicação de sabores e aromas e origens - eu mesma confesso: sou um tanto abrutalhada para isso -, e então ele teve uma das suas idéias geniais: abrasileirar os aromas e sabores!

Sim!

Partindo do pressuposto de que as pessoas de nossa geração dificilmente provaram uma carambola (ou uma jaca ou mesmo amora) e que, certamente, apenas um de nós sabe o que é um alcaçuz, Mestre Tzen propõe que sejam usados nas conversas com enófilos os aromas e sabores de frutas de consumo corriqueiro, isto é, daquelas que realmente comemos (e, geralmente, por obrigação para nos mantermos saudáveis), como bananas, maçãs, mamões e só).

Claro que isso restringiria - em muito - o leque de descrições possíveis.

Por isso, na falta de identificação de tais frutas no cheiro ou no gosto do vinho, partiríamos para os nossos legumes regionais: abobrinha, beterraba, vagem, inhame, cará, mandioquinha... E nossos grãos favoritos também entrariam na roda: feijão preto, soja, grão de bico, afinal, tudo se resumiria a uma questão de memória gustativa. Assim, a conversa toda (que se suporta pelo inigualável prazer de uma boa taça de vinho) ficaria bem mais fácil e acessível.

O difícil seria admitir que a quele vinho caríssimo que você ganhou de aniversário de seu cunhado tem um sabor que remete, digamos assim, a um feijão jalo bem cozidinho.



At the suggestion of Master Tzen, I took a fast course on wine. There, I could enjoy four different types of wine, while listening to explanations about their region of origin, it's grape, etc etc.

But he certanly realized my lack of skill for the chatter on flavors and aromas and everything else - and I must confess myself, I am somewhat brutish for it -, and then he came with another of his cool ideas: to make more close to us, Brazilians, all those aromas and flavors that a good wine remind us!

Yes!

Assuming that the people of our generation hardly proved a carambola (or blackberry) and that, indeed, only one of us knows how an alcaçus looks like, Master Tzen proposes to use in oenophiles conversations smells and flavors from fruits that an ordinary brazilian knows, like those from the fruits we actually eat (although usually as an obligation): bananas, apples and papayas only.


Of course that would restrict - a lot - the range of possible descriptions.

Therefore, in the absence of identification of such common fruits in the smell or taste of wines, we would be able to use our regional vegetables: zucchini, beets, green beans, taro, yam, manioc ... And also our favorite grains: black beans, soy beans, chickpeas., after all, it's all about taste memory.  Thus, the entire oeno-conversation (that is well tolerated just for the unparalleled pleasure of a good glass of wine) would be much easier and affordable. 

The hard part would be to admit that the expensive wine that you have won your brother  in law has a flavor that refers, say, a nice jalo bean.


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